
Conhecido como o 'papa' do marketing, sete anos após definir o marketing 3.0, Philip Kotler surge com o conceito de marketing 4.0, mas do que se trata?
O novo momento é destacado como a quarta era do desenvolvimento, tanto na indústria quanto no mercado. No Marketing 3.0, foi possivel observar como todos os esforços de marketing se centralizaram no ser humano. No marketing 4.0, vemos essa mudança com a revolução do digital. No Marketing 4.0 o desafio é, então, envolver ainda mais o público que se encontra cada dia mais sem tempo e sendo impactado por diversos estímulos a todo o momento.
Para entender melhor a ideia do Marketing 4.0 é interessante conhecer antecipadamente as primeiras eras do marketing. No primeiro momento, Marketing 1.0, todo o conceito de marketing era relacionado e voltado para o produto. Nessa fase, eram os clientes que se adaptavam aos produtos e esses eram feitos apenas com a visão de atender às necessidades do consumidor. Era trabalhado apenas o básico com o simples objetivo de vender, possuindo uma proposição de valor funcional.
Na segunda fase, Marketing 2.0, temos um momento em que as empresas começaram a focar mais nos consumidores. Isso se deu devido ao crescimento do mercado e, consequentemente, do número de concorrentes. Assim, com o cliente podendo ter maior poder de escolha, a empresa buscou algo além de simplesmente atendê-lo, mas satisfazê-lo. O conceito-chave dessa faze é a diferenciação, busca-se fidelizar clientes, por exemplo, através de cartões fidelidade e programas de pontos.
Já relacionado ao marketing 3.0, a definição de Kotler está baseada em três principais pilares, sendo eles: a colaboração, a cultura e a espiritualidade. O foco desse trabalho de marketing está então nos valores, observando o consumidor como ser humano. Nessa fase, o cliente deixa de ser um simples sujeito para ser um ser complexo e multifacetado. As empresas focam suas missões em proprósitos relacionados à fazer um mundo melhor, a empresa possui um caráter.
Enfim, chegando ao marketing 4.0, esse surge com a inclusão digital, onde o processo de compra se torna mais pessoal e a cadeia de valor se torna cada vez mais horizontal e com menos intermediários. O consumidor começa, então, a participar dos processos da empresa, como uma forma de cocriação, através da troca de informações e da interação.
No marketing 4.0, temos um trabalho inclusivo, sem hierarquias e mais social. As empresas deixam de trabalhar a exclusividade para trabalhar a inclusão de mercados emergentes. Com os consumidores lado a lado com as empresas, a hierarquização é deixada de lado e o consumo deixa de ser o ato de um indivíduo e passa a ser uma experiência compartilhada. O reconhecimento social e a participação de outros nos processos de compra se torna determinante, tal como a interação com outros indivíduos.